Olfatoterapia.
Geral Maio 01, 2020

Respirando óleos essenciais.
A composição química dos óleos essenciais é extremamente complexa. A maioria contém mais de 150 moléculas bioquímicas e algumas, como a Rosa, são compostas por mais de 300. Essas moléculas são minúsculas e facilitam a penetração dos óleos essenciais no corpo humano.
As duas maneiras mais adequadas de absorção é pela pele ou inalando, e aqui vou falar do mecanismo da percepção do odor.
O nariz transmite a mensagem olfativa trazida pelo cheiro, o cérebro recebe e permite sua identificação.
O sistema olfativo é constituído por neurônios olfativos, e cada um carrega apenas um tipo de receptor específico. Neurônios, espalhados pelo topo do epitélio nasal, que expressam o mesmo tipo de receptores, são reunidos em estruturas com o objetivo de agrupar as informações recebidas pelos receptores antes do estágio cerebral, mas também de criar um mapa de odores no nível do bulbo olfativo pois as moléculas odoríferas, de tamanho ou propriedade química diferentes, ativam áreas distintas do cérebro.
O cheiro está intimamente ligado à emoção. Essa ligação entre odores e emoções é explicada principalmente pela estrutura do cérebro. Quando você respira um aroma, as moléculas estimulam os receptores no nariz, que enviam sinais elétricos ao sistema límbico e ao hipotálamo. Essas são as partes antigas do cérebro que ativam, controlam e integram o sistema endócrino e muitas funções do corpo, incluindo freqüência cardíaca, respiração, temperatura, açúcar no sangue, sono e excitação. Eles também são a sede de nossas emoções mais básicas, como prazer, raiva, tristeza ou medo. De fato, o sistema límbico (o centro das emoções) está intimamente ligado ao centro olfativo, o que resulta em uma influência direta dos odores nas emoções.
As novas descobertas cientificas, graças ao sequenciamento do genoma, trouxeram uma surpresa para os pesquisadores que perceberam que tínhamos receptores olfativos em todo o corpo !
Até recentemente, acreditava-se que havia apenas em nosso nariz, o que pode parecer lógico, já que os receptores olfativos, servem primeiro para nos fazer perceber odores agradáveis ou repulsivos.
Mas os receptores olfativos que encontramos no resto do corpo (intestinos, coração, figado, pele) desempenham um papel completamente diferente, e essa descoberta abre caminho para um método de cura graças a moléculas aromáticas.
Os receptores olfativos no intestino, por exemplo, modulam a produção de serotonina nos intestinos, e sabemos que muitos problemas de saúde estão ligados a isso , como a diarréia, constipação, náusea, intestino irritável e até divertículos e câncer do cólon . Os pesquisadores fizeram testes com as moléculas odoríferas de timol (tomilho) e eugenol (cravo), e o resultado foi que graças a essas moléculas aromáticas, eles observaram a produção de serotonina no intestino multiplicada por dez !
Na psique humana, um cheiro refere-se a uma imagem, um sentimento ou uma experiência, às vezes consciente, mas na maior parte do tempo inconsciente, e essa reação é sempre difícil de analisar. Não fazemos necessariamente a conexão entre um cheiro e uma experiência vivida no passado, nem com a emoção que ele desperta.
O nosso olfato pode reconhecer e lembrar de milhares de odores. Um determinado cheiro pode desencadear lembranças e emoções que remontam à infância. Sabemos que cada pessoa percebe os odores de maneira diferente, com base em suas próprias experiências passadas. Todos nós temos em nosso intimo uma quantidade de “cheiros emocionais” que estão ligados à nossa cultura e à nossa história.
A olfactoterapia é um método que visa encontrar um equilíbrio psicoemocional através da inalação de certos óleos essenciais , que está diretamente relacionado ao inconsciente e à memória primitiva. Podemos fazer vir a tona as emoções responsáveis por bloqueios, traumas intrauterinos e da infância, problemas existenciais , etc. Essa terapia foi criada na década de 90 pelo terapeuta francês Gilles Fournil e se distingue da aromacologia, que é a ciência dos fenômenos ligados aos odores mais particularmente por sua influência no comportamento.
O uso de óleos essenciais por via olfativa torna possível encontrar as causas profundas de mal estar e sofrimentos. Tratando a causa, que na maioria das vezes fica bem escondida, pois inconscientemente tentamos nos distanciar do que nos amedronta e fere a alma, os óleos essenciais curam e proporcionam conforto, calma, serenidade, estímulo, concentração, força e muito mais.
O mais incrível é que a ativação dos receptores olfativos é apenas uma maneira, entre outras, de comprovar a eficácia da aromaterapia, que também atua com outros modos de ação bioquímicos mais “clássicos” que produzem todos os benefícios que já conhecemos , pois sabemos que são anti-infecciosos, antibacterianos, anti-inflamatórios, analgésicos, ansioliticos, imunoestimulantes, etc.
Por todas essas razões eu acredito que a aromaterapia é realmente essencial para nos acompanhar em nossa jornada aqui na Terra. Com ela podemos curar nossas mazelas e acessar a nossa natureza profunda, de Ser saudável e feliz.
Egina De oliveira.